quinta-feira, 12 de março de 2009

SUELI RUMI



O motociclismo brasileiro perdeu uma pessoa muito importante e querida. Sueli Rumi, assessora interna da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas e Similares (Abraciclo), morreu no último domingo, vítima de um câncer generalizado.

O enterro da jornalista aconteceu na segunda-feira, no cemitério do Araçá (SP). No domingo será realizada a missa de sétimo dia, às 11h, na Paróquia São Gabriel, localizada na avenida São Gabriel, 108, no Jardim Paulista.

Para homenagear Sueli, divulgamos na íntegra um texto elaborado pela Abraciclo e expressamos nossas condolências aos familiares e amigos:

Confundem-se, sempre. A história da indústria da motocicleta no Brasil, seu nascimento e evolução, em cada uma de suas muitas vertentes, se mistura, insistentemente, pelos últimos 35 anos, com vida e obra jornalística da Sueli Rumi.

No início da década de 1970, quando importadoras, fabricantes, revistas e jornalistas formavam um conjunto de profissionais apaixonados trabalhando por fazer nascer entre nós a motocicleta como um elemento presente ao cotidiano, atuava também a querida colega Sueli, respeitada e amada por todos os que dela se aproximavam. Uma figura, sempre singela em seu jeito de ser, era uma presença marcante e constante.

Suas vivências pelo nosso mundo motociclístico atravessaram estas últimas décadas permeando por indústrias, competições, eventos de toda a espécie, presente onde estivessem ligados e roncando os motores das máquinas maravilhosas que a seduziam.

Informações certas e precisas, sempre a consulta definitiva nos momentos das dúvidas. É pouco provável que exista um só jornalista especializado que não tenha, por mais de uma vez, ligado para a Sueli: você lembra quando o belga Eddy Lejeune participou daquele indoor de trial no Ginásio do Ibirapuera? Quem chegou em segundo? A resposta era absolutamente rápida e segura. Ainda bem, porque muitas dessas respostas só ela sabia, pasmemo-nos todos!

O orgulho simpático com que prontamente nos brindava com suas informações era sempre seguida de relatos adicionais que bem mostravam o quanto as motos percorriam suas veias e completavam sua grande paixão. Não foi possível pensar nesse mundo das duas rodas sem imaginar a Sueli Rumi por perto nos últimos muitos anos, pouco pelo tanto que viveu.

Uma outra paixão roubou um pouco de atenções. Acompanhou alguns dos mais importantes de nossos alpinistas em sua luta pelas mais altas das conquistas, do K2 ao Everest, e estava pronta para colocar em prática seu sonho da publicação de um livro.

Sueli nos deixa um espaço a ser preenchido que jamais o será. Teremos muito aficionados, muita gente competente, muitos jornalistas de grande valor, mas não há mais lugares para pioneiros, para testemunhas de um passado heróico, de apaixonados incontidos, que ostentam um sorriso definitivamente emocionado quando o assunto era motocicletas e motociclistas.

Isso só será possível ver onde ela estiver, a Sueli Rumi Nakatsui, ou apenas a Su, de maneira carinhosa que significou sempre a mesma pessoa para todos os que tiveram o privilégio de conviver com aquela japonesinha miúda e carismática de espírito tão grandioso!

A motocicleta e os motociclistas agradecem, saudosos e emocionados, tudo o que ela fez por eles. Obrigado Su, acelera lá pro céu e chega em primeiro!!!

Nota: eu tive o privilégio de conhecê-la na década de 80 e de estar com ela muitas vezes, nos ultimos tempos. Saudade.

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