quinta-feira, 2 de setembro de 2010

FIM DO PESADELO: Ufa!



Agora sim, posso dizer que tudo terminou. Acho importante escrever o fim desta história, para dar sentido a todas as coisas que escrevi a respeito e também para refeletir em voz alta.

Acho que às vezes é mais eficaz aprender pelos erros do que pelos acertos, e esta foi uma típica situação onde eu errei do começo ao fim, mas que provocou muitas coisas...boas. Aliás, faço questão de transformar este pesadelinho de 12 dias em uma coisa legal. Reciclar! Transformar dejeto em adubo orgânico, porque o acontecido foi casca grossa...

Resumo da ópera: minha moto foi apreendida no dia 21 de agosto, sabado. Motivo: eu estava andando a 40 km pela cidade de Itatiba,cidadezinha a 70 km de São Paulo, tão vagaroso que um policial checou pelo computador minha placa e viu que o licenciamento estava vencido, apenas CINCO dias após a data. Expliquei que não tinha notado, que estava somente dando uma voltinha no sabadão para desestressar, mas nada adiantou, como já contei nos posts anteriores (voltei de CGzinha).

Na segunda feira seguinte, dia 24 , já em São Paulo, regularizei tudo, paguei as multas e etc. Na terça, dia 25, fui a Itatiba e o pessoal da Delegacia de Itatiba, gentilmente, liberou minha moto para vir de carreta até Sampa, para ser usada em circuito fechado (filmagem) e para aguardar o exame do Controlar. Eu a trouxe, mantive na garagem e na sexta, dia 27, levei a moto rodando até a Barra Funda e ela fez e passou no exame. Voltou pra garagem.

Na segunda seguinte,dia 30, eu havia agendado um carreto para levar a moto até Itatiba, conforme combinado com a Sra. Dirce, da delegacia de Itatiba, mas houve um problema com o responsável e depois de procurar três opções e não conseguir ninguém disponível, resolvi arriscar e ir rodando até Itatiba, para apresentar os documento e liberar minha Nina. Eu a uso diáriamente para trabalhar.

Aí, adivinha...

Quando faltavam 10 km para chegar em Itatiba,a Policia Rodoviária mandou encostar. Gelei! Depois de rodar quase 40 mil kms no ultimo ano sem ter sido parado em postos rodoviários, gelei. Para resumir, o policial era igualzíssimo ao da semana passada, tão compreensivo quanto costuma ser um manual de regras. Parece até ser um novo padrão...

Claro que não adiantou explicar meu dilema. Ele apreendeu novamente minha moto e mandou um guincho levá-la, desta vez, para Caieiras. Itatiba estava a 10 ou 12 kms...

Mas enfim, o errado era eu, mais uma vez. Duplamente burro. Quem manda querer dar uma de esperto? Só porque o Palocci, Renan, Sarney, Zé Dirceu, Delubio e o chefe de todos eles ficam impunes, achei que não seria nada tão grave eu rodar com a moto, já que estava com TODOS os documentos, multas, guias e etc pagos. Compreensão do policial rodoviário? Nem pensar.

Fazer o que? Respirar fundo mais umas 800 vezes e pegar carona de guincho até Caieiras, aliás uma experiência bem interessante, pois ando pensando sériamente em comprar um motor-home e o caminhãozinho Cargo, da Ford, é bem legal, parece gostoso de guiar. O Luiz, o motorista, me deu dicas bacanas sobre o assunto.

Depois, de Caieiras, peguei um taxi até Sampa (aiaiai meu bolso) e claro, cheguei em casa ainda espumando. Ou melhor, já tinha passado mas a cada pessoa que eu contava o ocorrido, fervia de novo. Saber que a culpa é tua te deixa mais puto ainda.

Depois de muito respirar fundo (meu neto Luca também faz isso), dediquei o dia inteiro seguinte para providenciar com meu despachante, o Super Nilton, todos os documentos, multas e etcs, e no dia seguinte, 1 de setembro, terça feira, as 09:00 em ponto chegou aqui em casa o Ulisses com sua Zafira e a carreta especial e lá fomos nós para Caieiras, resgatar a Nina Hagen.

Chegando ao posto policial em Caieiras, retirei o boleto para pagar 480 reais (guincho, estadia, multa) no Bradesco, no centro. Chegando ao banco, o sistema não funcionava. Disseram que a Casas Bahia aceitaria o pagamento, mas só em dinheiro. Fui então a pé até um caixa eletronico Itaú, descendo e subindo um morro enorme. Eu estava com o pé bem machucado, mancando e com dor. Beleza. Quem mandou? Com a grana na mão, cheguei no caixa das Casas Bahia e descobri que esse sistema tinha caído tambem. Chegava a ser engraçado.

Como não havia previsão de volta dos sistemas, voltamos até o posto policial (longe, mas de carro) para ver se com dinheiro vivo eu poderia pagar, mas não, era impossível.

Então a Aline, a garota simpatica que me atendeu, conseguiu que outro departamento emitisse um boleto, enviasse a ela e então eu pude pagar em uma lotérica. Meio longe. A pé. E atenção: se ela fosse uma simples seguidora de regras, teria acbado aí, esperando sei lá quanto tempo. Mas ela entendeu o drama e sem ferir nada nem ninguém, facilitou, ajudou, em vez de obstruir, dificultar, ferrar. Que diferença entre a atitude dela e a dos outros policiais...

Calma, ainda não acabou. Com o boleto pago na mão, a moto já estava na carreta, para levarmos até Itatiba, mostrar tudo acertado e poder fazer a liberação final da moto, mas o sargento, no momento de autorizar a saída do páteo resolveu que não, que só liberaria a moto com um ofício da delegacia de Itatiba, apesar de já ter essa autorização, mas com data anterior. Ele queria um oficio na data do dia! E não quis ouvir nada, mas nessa altura eu também não queria mais dizer nada.

Já esgotada qualquer vontade de argumentar, viramos as costas, desengatamos a carreta, a deixamos no pateo de Caieiras, pegamos a Zafira e lá fomos Ulisses e eu, até Itatiba mais uma vez. Coitado do Ulisses, nunca deve ter ouvido tanta maledicência em sua vida...

Mas conseguimos chegar em Itatiba, conversei de novo o o excelente Delegado Matheus, ele autorizou e assinou o ofício e lá foi nóis traveis para Caieiras. Felizes, agora, com o ofício seguro na mão, para não perder.

Um detalhe: na ida e na volta, CANSAMOS DE VER carros caindo aos pedaços, com carga irregular, fazendo m... na estrada e nada de polícia. Nada nada nada. Só os radarzinhos que te obrigam a andar a 40, 50 de vez em sempre e as barreiras fixas, sempre lotadas de policiais escrevendo, escrevendo, escrevendo.

Chegando lá com o precioso papel na mão, o sargento olhou, olhou, olhou, olhou, olhou e... disse que o documento não valia, pois não estava em papel timbrado.

Aí sim, devo ter ficado multicolorido. Mas em vez de explodir de indignação -afinal ninguém havia me pedido nada em papel timbrado- liguei para a delegacia de Itatiba, o delegado me atendeu, expliquei o caso e ele pediu para conversar como sargento. Não sei o que ele disse, mas funcionou. O sargento, enquanto ouvia, engoliu em seco umas quatro vezes e acabou liberando a moto.

Foi aí, já no fim da tarde, que voltei com ela para casa. Finalmente!

Contando assim, para que teve a paciência de ler até aqui, parece fácil mandar um "bem feito" ou "quem mandou dar uma de isshperto?"...

Sim, eu admito minha culpa por não checar meus documentos e por ter forçado a barra ao levar a moto rodando, mas essa presepada que durou 12 longos dias e me custou caro entre multas, guinchos, estadias, taxis e especialmente o meu precioso tempo gasto, serviu para refletir e decidir que isso tem que servir para algo.

Em primeiro lugar, meus documentos estarão sempre em ordem daqui em diante, vou ficar ligado. Aprendi a lição. Sugiro que todos os motociclistas façam o mesmo, pois já basta o preconceito generalizado que sofremos e a inveja que causamos por andar de moto por aí. Tem gente que pensa que motociclista só passeia, só flana, só curte. Nada disso, nós trabalhamos, estudamos e nos locomovemos, de maneira econômica, prática e einteligente. Se damos a impressão de estarmos curtindo, é porque andar de moto é uma delícia. O sorriso permanente na nossa cara deixa as pessoas intrigadas. Então, se estivermos com alguma coisinha em desordem e um fiscalizador oficial de pegar, é CRAU na certa. Muito cuidado com isso, broders.

Em segundo, esses percalços fizeram com que eu conhecesse algums pessoas especiais, que normalmente não teria conhecido. Andei em 3 rodovias pilotando uma CGzinha, sentindo o que é disputar espaço e ventos com caminhões e onibus, tentando ultrapassar carros que andam na esquerda, com o motorista discursando ao celular, aprendi algo sobre caminhões leves e micro-onibus, conheci um mecânico em Itatiba sangue bom, o Nardão, uma delegacia inteira com pessoas educadas e simpáticas, e um especialista em motociclistas, de quem talvez vcs ouçam falar daqui a um tempo...

Vou fazer destes limões uma boa limonada, como disse antes.

O Ulisses, que tem uma Zafira e uma carreta especial, muito bem bolada e faz apoio e transporte para motos de forma impecável. A sua simpatia e amor pelas motos transformaram um dia estressante em um dia muito bacana, apesar de tudo. Anotem o telefone dele:(11) 4487.2817 / plantão: (11) 9713. 8157. Para quem anda de moto pela região de Amparo, Serra Negra, Morungaba, é bom ter.

Mas que saudades da época em que os policiais rodoviários eram mais amigos. Sempre adorei viajar de carro e de moto e pela vida conheci muitos policiais rodoviários bacanas, alguns eram duros mas não inflexíveis e certamente sabiam diferenciar uma pessoa honesta de um meliante.

A grande coincidência é que na semana passada encontrei, em um evento, o Carlos Miranda, ator que personificou o Vigilante Rodoviário, um seriado dos anos 60 onde os astros eram o Vigilante Carlos, seu pastor alemão Lobo (o nosso Rin Tin Tin), seu Simca Chambord e o cenário era a moderníssima (na época) Rodovia Anchieta. Eu não morava no país nessa época, mas as pessoas com mais de 50 lembram bem dele, vejam :



O seriado, de enorme sucesso na época, reforçou e criou uma imagem muito positiva da Polícia Rodoviária, que permanceu por décadas e que agora me parece em queda livre. Eu sugeriria que o Vigilante Rodoviário servisse de inspiração na formação dos novos profissionais, quando se trabalhar o relacionamento com os cidadãos e motoristas, o público.

Precisamos educar os maus motoristas -e me incluo nisso depois do que fiz- mas com amigabilidade (existe isso?) e não com rudeza que beira a violência moral. E fico indignado ao ver, como vejo hoje, bandidos curtindo adoidado e nós, pessoas de bem, tratados como suspeitos até prova em contrário.

É isso. Nos vemos nas estradas (com os docs em ordem)!

2 comentários:

Anônimo disse...

Não acho que vc estava tão errado assim Renzo, a intolerância ainda reina em muitos cantos, talvez você deu o azar de todo mundo estar pleiteando alguma promoção e estavam tentando mostrar serviço. A garota que foi gente fina não se encaixava na vaga.
Mas o papo do papel timbrado já é maldade pura, não justifica.
Abraço.

Unknown disse...

Carros apreendidos vão para pátios da região ( Caieiras/ Atibaia)
http://www.portaljj.com.br/interna.asp?Int_IDSecao=1&int_id=112327
Carros apreendidos vão para pátios da região
Desde o dia 10 de fevereiro, veículos apreendidos em estradas da Região de Jundiaí controladas pelo Departamento de Estradas de Rodagem (DER) estão sendo recolhidos a dois pátios da empresa Paraná Guinchos, nas cidades de Atibaia e Caieiras. As informações são do tenente Fernando, relações públicas do 4º Batalhão da Polícia Rodoviária. Segundo o oficial da PR, a empresa de guincho presta serviços à Engebras SA, vencedora da licitação realizada pelo DER, e desde fevereiro disponibiliza os dois pátios para onde os veículos apreendidos serão encaminhados.
“O contrato já foi publicado no Diário Oficial e está em vigor. Dependendo do local onde o veículo é apreendido, será escolhido ao pátio mais próximo, dentre os de Atibaia e Caieiras”, afirmou. O pátio de Atibaia fica no número 3.000 da Estrada do Guaxinduva, e o de Caieiras, no quilômetro 36 da rodovia Presidente Tancredo de Almeida Neves. Uma usuária da rodovia Romildo Prado (estrada que liga Louveira a Itatiba) ficou inconformada ao saber que seu Peugeot, apreendido em blitz da Polícia Rodoviária por falta de licenciamento, seria recolhido ao pátio de Caieiras.
“Moro em Itatiba, meu carro foi apreendido em minha cidade e acabou indo para Caieiras. São mais de 79 quilômetros de distância.” Segundo a motorista, que não quis se identificar, além do problema da distância, o guincho cobra por quilômetro rodado, fato que onera ainda mais aqueles que têm veículos apreendidos em rodovias da Região sob o controle do DER. “Vou ter de pagar o custo dos cerca de 79 quilômetros rodados pelo guincho, a estadia do pátio e a ainda taxa para liberá-lo. Vai ficar muito caro para mim”, contou, visivelmente irritada.
De acordo com informações da Paraná Guinchos, a empresa não pode cobrar além dos 50 quilômetros rodados, do ponto onde o carro está sendo guinchado até o pátio. Por quilômetro, segundo uma funcionária da empresa, serão cobrados R$ 4,59. Além disso, o serviço de guinchamento custará R$ 141,37. O proprietário arcará ainda com R$ 36,78, por dia, pela estadia do veículo no pátio. Por esses valores, a dona do Peugeot terá de desembolsar à Paraná Guinchos, no mínimo, R$ 407,65 pelo serviço, levando-se em conta apenas um dia de estadia de seu carro no pátio, além de deslocamento entre as cidades de Itatiba e Caieiras para liberá-lo.
Preço elevado - Usuários das rodovias sob jurisdição do DER na Região de Jundiaí estão preocupados com os valores estabelecidos pelo Departamento para a concessão de remoção e guarda de veículos. Para ser ter ideia, em Jundiaí, os concessionários de serviço de guincho seguem uma tabela da estabelecida pela prefeitura local, na qual, para a remoção de automóveis, o preço pago é de R$ 180, independentemente da quilometragem. Já a estadia custa R$ 20 nos primeiros 30 dias e, a partir do 31º, sofre uma redução de 50%, caindo para R$ 10.
DA REPORTAGEM LOCAL


abraços Fabiana Itatiba/S.P