domingo, 15 de agosto de 2010

CRONICA ILUSTRADA:



Ontem, sabado, acordei cedíssimo e vendo que não chovia, resolvi desafiar minha gripe e fui encontrar meus amigos para um street básico, como eles, na maioria PILOTOS DE TRILHA, chamam nossos giros de média distância pelos interiores do estado. Esses BVs são uma delícia, já que todos são excelentes pilotos.

Cheguei ao nosso "Posto de encontro" as 08:10, fiquei esperando ate 09:00 mas como ninguém apareceu, resolvi dar uma voltinha sózinho com minha Nina Hagen por Morungba. Foi uma delicia, a ida.

Na volta, em Itatiba, um viatura da PM me parou, depois de me acompanhar por um bom tempo atravessando a cidadezinha, eu andando a 50 e respeitando tudo, como sempre. Parei, achando que eu estava com tudo ok, mas meu licenciamento tinha vencido na semana anterior, enquanto eu viajava entre Brasília e Sampa.

Para resumir, o policial cumpridor do dever insistiu em aprender a moto, apesar de ver que eu era somente um coroa querendo desestressar dando uma voltinha de moto, respeitando o transito, a sinalização e etc. Usei todos os argumentos, não tentei dar "carteirada", expliquei que meu trabalho é voltado à segurança, que temos uma relação amistosa e sempre que precisamos de autorizações para filmagens em rodovias contamos e damos os devidos créditos á Polícia Militar, Rocam, Polícia Rodoviária e etc.

Mostrei uma matéria dos eventos que fazemos pelo país, sempre com convidados ligados ás autoridades de trânsito. Jurei que me comprometia a lhe mostrar pessoalmente os recibos na segunda, já que precisava da moto para trabalhar no domingo, mas nada. Ele foi tão duro quanto poderia ser, apesar da aparente amabilidade e recolheu minha moto. Himler teria sido mais compreensivo.

Mas beleza, já passou. Deve ter sido gratificante para ele, assistir o reboque levando uma BMWzona preto-fosco e o sujeito -eu- ficar a pé, com roupa de astronauta, capacete, e duas sacolas com os pertences do meu top-case, naquele sol fortE.

Para voltar prá casa, o taxi custava 250 reais, o ônibus era pinga-pinga e demoraria mais de 2 horas para fazer os 70 kms até S.Paulo, então caminhei muito (era sabado, já depois do almoço) até achar uma oficina de motos, a do Nardo, o Gordão. Como sempre digo, motociclista é motociclista e o Nardo é sangue bom. Ele ligou um amigo que faz fretes e combinamos uma carona para mim. Pronto, estava resolvido.

Quando o Fuquinha chegou com sua CGzinha 125 preta, fiquei na duvida se aguentaria, pois ele não era pequeno e eu sou grande e peso 95 kg, incluindo a roupa pesada. Mas colei minha mala de tanque na CGzinha, me acocorei na garupinha e, pau na maquina, a CGzinha carregando quase 200 kg... VEJA O VIDEOZITO DA GENTE NA ESTRADA, AÍ ENCIMA.

O Fuquinha pilotava legal, mas depois de rodar uns 15 minutos comecei a sentir cãibras por causa do espaço ser muito pequeno. Conversamos (de moto pequena dá prá conversar), ele foi superbacana e me deixou vir pilotando. O espaço melhorou e aí a história começou a ficar legal. Andar de 125, de cabo sempre enrolado, na Anhanguera e depois na Bandeirantes, surfando as ventanias dos caminhões, onibus e carretas, negociando as ultrapassagens, os aclives e todo o resto, foi muito bom e também me deu uma nova visão: as 250 passavam pela gente como bólidos. As grandes eu nem via, só ouvia o Zuuuummmmmmmmmmm! A suspensão da CG suportou bem nosso peso até nas curvas "de alta" e o motor nos levava a 90-100 no plano, 110 nas descidas.Parecia que a gente andava a milhão, uma delícia.

E devia estar engraçado, um cara do meu tamanho, todo equipado com roupa técnica colorida, botas, luvas, numa CGzinha com garupa, mala de tanque e aproveitando vácuos de caminhão antes de iniciar as demoradas ultrapassagens. Mas juro que fazia muito tempo que não curtia tanto uma viagenzinha.

Vim de cabo enrolado de lá ate aqui, sem tomar multas pois nunca passamos de 110 e .... me diverti muito, apesar do humor, de fcar sem moto até terça no mínimo, de perder horas preciosas para consertar algo que eu mesmo poderia ter evitado, se não fosse tão distraído. Uma boa lição.

Dá vontade de morder o cotovelo, de chutar um poste, por isso aconselho: vejam sempre se seus documentos estão em ordem. Sem saber, eu passei por S. Paulo, Minas, Goiânia e Distrito Federal com o licenciamento vencido. Se me parassem, quase certamente me liberariam. Normalmente os policiais são pessoas legais, que compreenderiam o caso e se contentariam em dar uma boa e justa multa, com uma advertência. Gente como esse soldado "cumpridor do dever" são raras, felizmente.

De qualquer forma, foi muito legal estar na estrada, numa moto pequena, podendo perceber as dificuldades que os motociclistas tem que enfrentar nas estradas. Vai ser útil para o nosso trabalho, que visa sempre a segurança.

Moral da história: faça do limão uma boa limonada.

Um comentário:

Unknown disse...

é isso aí Renzo, as vezes cometemos uma pequena falta como o atraso de um tributo e somos friamente "detidos" Ano passado eu fiquei perto de Registro... Eu meu Pai com 64 anos com a malinha na mao sentados a beira da BR116 e a minha picape presa pela falta do licenciamento. Foi um baita prejuizo e uma lição.