terça-feira, 30 de setembro de 2008

ALMA SELVAGEM É...

Alma S. no trabalho é... fazer o primeiro motofilme nacional
Alma S. no dia-a-dia é.. bater de porta em porta sem sentir vergonha
Alma S. na pista é...... fazer o que o Valentino fez aqui

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

SEBUNDA-FEIRA 29:

Não, o título aí encima é brincadeira. Ainda gosto muito das segundas. E abro a semana comentando uma notícia importante: o que estão armando por aí, sem que ninguém faça nada a não ser ...noticiar. É de virar o estômago!

Li agora que as "otoridades" estão preparando mais uma daquelas leis que vão causar protestos generalizados, isolados e inócuos, brigas no trânsito e principalmente, ACIRRAR ainda mais o clima tenso entre motociclistas e automobilistas.

Espero que alguma pessoa -com poder de atrair muitos motociclistas- leia esta sugestão:

ORGANIZAR E REALIZAR uma manifestação PACÍFICA, com o maior número possível de motociclistas andando no meios das faixas, ou seja, ocupando o espaço a que querem nos submeter algumas antas engravatadas. Pelo "ANTAS" peço até desculpas, mas não vejo outro adjetivo. Quase todos nós vivemos trocando emails entre nós, repassando piadas ou fotos de gatas, ou de motos, ou de crianças desaparecidas, ou de notícias que chamam a atenção. Vamos juntar as ORGs, Radios, TVs da web, ONGs, MCs, Lojas, Fabricas, Turmas ... Hoje em dia é possível juntar o pessoal da São Paulo com o resto d país via internet, enfim.... Alguém se habilita? Tem que ser alguém do ramo.

Imaginem São Paulo sem tráfego nos corredores entre-carros, numa segunda feira das 10 ao meio dia. E um repeteco, outra "onda lenta" na quarta, para quem não percebeu. Aí acho que a TV dará destaque. E mais uma na sexta, para finalizar, com direito a discurso e redes de TV diante do organizador do protesto, porque aí a cidade terá percebido a importância e necessidade de se andar nos corredores.
Já pensaram? Eu já.

A idéia seria andar pacíficamente atrás dos parachoques, inclusive evitando emparelhar 2 motos, cada uma ocupando o lugar de um carro pequeno. E claro, não permitindo ser "jogado" para o meio das faixas, entre os carros. Não é isso que "eles" querem?
Repito: uma manifestação PACÍFICA.

Claro que o principal problema seria ter a adesão das categorias profissionais, que com razão não podem perder tempo entre uma entrega e outra. Então precisaríamos ter o apoio dos grandes líderes, entre os quais o Lucas Pimentel, da ABRAM e o Ernane Pastore, da AMMSP. Conheço os dois, grandes pessoas. Me parece que defendem pontos de vista diferentes, mas para uma causa assim, acredito que valeria apena juntar esforços. Na verdade, quem deveria fazer isso, na minha opinião, seria a ABRACICLO...

Enfim, não importa a sigla, a ORG, o partido político, a fação, o MC, nem a cor, peso ou tamanho, ou tipo de moto, mas alguém tem que se mexer AGORA!

A palavra motocicleta vem de moto=movimento=mobilidade, e é isso que alguns -desculpem outra vez- antas estão prestes a deixar acontecer.

Se o ministro das cidades (??) Marcio Fortes, que é quem vai decidir, gastasse duas horinhas de seu precioso tempo para ouvir gente séria e que entende do assunto, entenderia melhor essa questão.

Boa semana a todos!

!!! SUPER CAMPEÃO !!!

sábado, 27 de setembro de 2008

ANDAR NA CHUVA 2:

Agora em 4 rodas. Tem que ter peito...

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Shiiiiiiiii, e agora, José?


Essa notícia é boa demais. Vejam só que chinesa invocada, essa 600 que a Traxx poderá lançar aqui em breve. Nada melhor do que a velha e boa concorrência, para beneficiar o consumidor. Aquelas gordas fatias de mercado ficam cada vez mais finas e disputadas e isso é bom para o mercado como um todo. E os fabricantes vão ter que - finalmente- se mexer um pouco mais rapido e melhor, contratar melhor, pagar melhor, pensar e agir melhor. Eba!

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

ANDAR NA CHUVA:

Claro que andar de moto na chuva é outra história. Eu gosto.
No asfalto, aquele spray cauda de cometa, aquela pilotagem fina, super-delicada...

Às vezes penso que a melhor idéia para trazer de volta a emoção das corridas, com ultrapassagens, disputas de freadas, controle total do carro ou moto, seria molhar as pistas. Opa, estou desviando do assunto.

Também não vou falar sobre pilotar motos na chuva, levaria um tempão e nem sou o cara mais indicado para fazer isso. Mas dêem uma espiada neste vídeo. É impressionante como o Ryuichi Kyonari manda bala no molhado. Nunca vi coisa parecida.

sábado, 20 de setembro de 2008

TROCA-TROCA (de emails, é claro):

Em 19/09/08, Professor Kadu escreveu:
Olá amigos, bom dia.
Tenho tido a oportunidade de vir trabalhar todos os dias de moto, e presenciado a barbaridade do trânsito. Ontem(18), antes de sair de casa pela manhã, já havia ouvido no rádio o quarto acidente de moto, que claro, parava o trânsito.
Todo acidente que presencio ou fico sabendo, tento descobrir o motivo, pois assim fica mais fácil mantermos uma concentração no fato e tentar evitar algo de desconforto na pilotagem, mas confesso que não sei interpretar o que está ocorrendo. Não há histórico e nem estatísticas.
Sabem amigos, nestes últimos dias tenho andado com certo receio de outra moto bater em mim. É como se estivéssemos mais vulneráveis ao colega de duas rodas e não ao pseudo inimigo das quatro rodas. Pois bem, tenho visto que nem todo motociclista/ motoqueiro é assim tão habilidoso quanto pensava. Então pergunto, quem erra mais na colisão???... ..o carro distraído, a imprudência do motociclista/ motoqueiro, a velocidade com a falta de habilidade dos dois???..... etc....etc. ...etc.
Talvez uma pesquisa com os acidentados possa chegar a uma resposta e ajudar a diminuir este show de horror. Cada dia vejo mais motos na rua e não sei aonde vamos parar. Boa sorte a todos e que os tombos, bem leves, sejam nas trilhas e com muita risada.

Abs e bons negócios
Kadu

RESPOSTA:

Kadu e amigos,

minha opinião sobre esse assunto é de que vai ficar cada vez pior, especialmente se ninguém fizer nada a respeito. O difícil não é nem saber o que, mas como. Aliás, nem isso é tão difícil assim. O problema é "QUEM" pode fazer alguma coisa, senão vai virar Tailandia, com o agravante de que lá a lei é severa e aqui é uma piada.

Se coloque no lugar deles: ganhar milzão, montado numa poderosa Titan, andando o dia todo, olhando as gatinhas na rua ou ficar numa mesa de escritório obedecendo ordens de um "chefe" e ganhando 400? Ou, no caso de trabalhadores que agora podem ter uma moto facilmente: gastar 4-5 horas em busão ou 2 horas montado numa poderosa 125? Isso não tem volta. Porque é bom demais.
Agora, deixar de usar moto diáriamente por causa do aumento de trafego nos corredores, é exagero. Dá para conviver? Dá sim, basta um pouco de humildade e muita paciência.

Sempre digo que os caras que "apavoram" no transito, são os mesmos que querem entrar no elevador antes que as pessoas que estão dentro saiam.

Problema de educação então?
Porque a maioria não a recebeu?
Nem tanto.

Vejam como o pessoal corre para entrar antes no avião -que tem assentos numerados- ou para colar na porta enquanto o avião ainda não parou. Só para sair antes. E as filas em mesas de buffet em casamentos quase-chics? Mulheres elegantíssimas e maridos que perecem presidentes de banco disfarçando e disputando palmo a palmo um ravioloni ás 7 hervas. Tudo sem a menor cerimônia, parece que a comida vai acabar antes da fila... Enfim, falta de educação não é exclusividade dos pobres, aqui no Brasil. Basta olhar como dirigem os donos de SUVs de mais de 150 mil...

Enfim, eu ando nos corredores de Guzzi, com malas laterais e tudo. Ligo os auxiliares e o pessoal abre. Dependendo da rua, funciono como um quebra-gelo, abrindo caminho para as pequenas. Quando não dá, fico de lado e deixo a galera passar. Quase nunca me xingam de rolha de corredor...porque percebem que sou amigo, não olhos para eles nem de cima prá baixo, nem com medo.

Claro que se vc nunca anda nesta loucura, assusta, mas o uso diário ameniza a impressão e....é uma delícia. De moto vou em 6 lugares em vez de 3. Se precisar ir num lugar chato e longe, que eu morreria se tivesse que pegar o carro, de moto fica gostoso.

Enfim, é isso. E vou continuar tentando fazer coisas para melhorar essa situação, com projetos, filmes, campanhas e o que for necessário e possível.

Se conseguir alguma coisa, já vale a pena.

abraços, Renzo

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Tempo de esperar..

O mais chato da nossa atividade é que corremos a milhão durante um tempo, pensamos, criamos, fazemos projetos, entregamos e... esperamos. Saber esperar é uma arte, sutil, difícil, delicada mas necessária. Aí, quando o trabalho é aprovado, acelera de novo e anda a milhão. Parece desgastante e é, mas também é pura delícia, a cada dia uma surpresa... E enquanto esperamos, uma distraçãozinha vai bem. Off road é bom, né? Eu adoro, dia desses, quando der, compro uma cabrita e volto prá poeira... Olhem só que paredão casca. E reparem nas suspensões super-alongadas dessas motos feitas especialmente e só para esse tipo de up-hill. California...Vale a pena ver até o fim.

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

clip de nossos alguns conteúdos:

Nossos comerciais:

ALEX MARTINEZ, o herói da Intruder:


Lembram da minha aventura/comédia/viagem da semana passada?

Então: por problemas no compu dele, só hoje o Alex conseguiu me enviar as fotos que ele fez com seu celú. Aqui estamos no momento do resgate da Cassia Eller. Reparem na seu rab...na sua traseira abanando de alegria e na pata de águia já ciscando o asfalto, louca prá pegar a estrada de volta.

E conheçam o Alex, que foi o herói do dia, ele e sua valentíssima Intruder 125. Pena que não a fotografamos. Apesar dos meus 93 kg, ela andou muito bem e o Alex mandou melhor ainda. Só para lembrar: ele topou me ajudar e me trouxe de Jundiaí até Sta. Rita do Passaquatro, me deixou aqui e voltou. Mais de 500 km no gás, só para ajudar um motociclista desconhecido. Eta sangue bom e alma selvagem! A Intruder tinha plataformas no lugar das pedaleiras traseira, um sissy bar prá lá de confortável e a suspensão tirou nota 10. Como já disse, uma das melhores viagens que já fiz. Na garupa.

Chegamos no fim-do-dia, daqueles de cinema... Valeu Alex!

domingo, 14 de setembro de 2008

Eba! Semana nova:

Esta semana promete ser ainda mais "fogo-na-peruca" do que a que passou... Como todo domingão de noite, estamos esquentando os motores, já que aqui somos loucos por segundas-feiras e tem muita coisa no fogão. E por falar em trabalho, aqui vai um filme que fiz para o Lobini, o carro brasileiro mais cool. Foi em Interlagos e depois do que o Emerson diz, não precisa falar mais nada...

sábado, 13 de setembro de 2008

Semanaça!





Essa semana foi demais! Fogo na peruca!!!

Dá vontade de ficar contando tudo, mas devo tomar um certo cuidado pois antes de mais nada, estamos trabalhando! E muito sériamente, como sempre. É que aconteceram tantas coisas boas, que dá vontade de comemorar mesmo!

As boas novas? A prospecção dos parceiros para o proximo filme Alma Selvagem vai de vento em popa, temos falado com players bem interessantes e eles tem mostrado um grande interesse.Mas para não dar zica, só voltarei no assunto com os contratos assinados, ok? Mas podem estar certos que vamos comemorar, aqui, de alguma forma, um a um, á medida que formos fechando.

A segunda boa: um projeto inédito para um fabricante de motos. Finalmente bons profissionais envolvidos, tanto da agencia como e principalmente, do marketing do Cliente. Uma coisa que eu quero fazer faz muuuito tempo e que aposto, desta vez sai.

Terceira boa: outro projeto, também inédito, que tem a ver com ESTRADAS! Aguardem.

Tudo isso é bom porque vamos mostrar ao mercado que a Bulls Eye Filmes é a melhor opção para produzir qualquer tipo de conteúdo audio-visual relacionado a motos, carros e pára-quedismo, principalmete comerciais, coisa que fazemos desde... deixa prá lá. Passei os ultimos 2 anos só pensando no Alma Selvagem, e finalmente estamos recuperando... o fôlego. Muita gente pensa que só sabemos ou queremos fazer longas como os "Alma Selvagem" e isso está longe da verdade...

E para comemorar a belíssima semana que passou, as pessoas que encontrei, as conversas que tive e os quilometros de estradas (sim, rodei legal), aqui vai uma música do Lucio Dalla, que tenho cantado muito dentro do meu capacete nas andanças. Rerere. Como vcs poderão ouvir, nem só de "Born to be wild" vivem os motociclistas...
Espero que vcs gostem. Tomei o cuidado de ouvir e escrever a letra para vocês.


Discover Lucio Dalla!


Anna & Marco

Anna come sono tante
Anna permalosa
Anna bellosguardo
Sguardo che ogni giorno perde qualcosa

Se chiude gii occhi lei lo sa
Stella di periferia
Anna con le amiche
Anna che vorrebe andar via

Marco grosse scarpe poca carne
Marco cuore in allarme
Con sua madre e una sorella
Poca vita, sempre quella

Se chiude gli occhi lui lo sa
Lupo de periferia
Marco col branco
Marco che vorrebe andar via

E la luna é una palla
Ed il cielo un biliardo
Quante stelle nei flipper
Sono piú di un miliardo

Marco dentro a um bar
Lo sa cosa fará
Poi c´é qualcuno che trova una MOTO
E si puó andare in cittá

Anna Bellosguardo non perde un ballo
Marco che a ballare sembra un cavallo
In un locale che é uno schifo
Poca gente che li guarda
C´é uma checca che fa il tifo

Ma dimmi tu dove sarai
Dove la strada per le stelle
Mentre ballano
Si guardano e si scambiano la pelle
E cominciano a volare

Com tre salti sono fuori dal locale
Com un´aria da commedia americana
Sta finendo anche questa settimana

Ma l´America é lontana
Dall´altra parte della luna
Che li guarda e anche se ride
A vederla mette quase paura


E la luna in silenzio ora si avvicina
Con un mucchio di stelle cade per strada
Luna che cammina
Luna di cittá

Poi passa un cane che sente qualcosa, li guarda, abbaia e se ne va

Anna avrebbe voluto morire
Marco voleva andarsene lontano
Qualcuno gli a visti tornare
Tenendosi per mano

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

TITE E EU NO MOMENTO MOTO:

O Momento Moto é o melhor programa sobre motociclismo do país (www.racetv.com.br) e O Dinno Benzatti é um alma selvagem de verdade, produzindo ininterruptamente conteúdo da melhor qualidade, contra todas as adversidades que fazem do ofício uma atividade cheia de adrenalina e emoção. Não é para qualquer um e sou fã do Dinno. Esta é a uma parte da entrevista que fizemos para divulgar o filme. Quem gostar, pode ver o resto no youtube. Espero que gostem.

terça-feira, 9 de setembro de 2008

DE NOVO NA ESTRADA:

Opa. Tesão! Asfalto de novo! E com toda a documentação em ordem...rerere.

Agora coloco coloco meu boné de vendedor- depois conto essa história dos bonés- e pego a Anhanguera até Campinas. Vou fazr reunião com o pessoal de uma das maiores redes de videolocadoras de país, para colocar ao público o "Alma Selvagem, amor por motocicleta". Se der certo, mais pessoas poderão assistir ao primeiro filme que trata do nosso amor pelas motocicletas. Sabemos que um número enorme já soube do filme através de revistas, web e papos, mas como comprar pela web ainda é....limitado, o fato de estarmos em muitas cidades vai facilitar a vida de muitos. Vou pilotando de deditos cruzados....

E para dar sorte, vou postar aqui a foto da minha inesquecível Shiva, companheira de muitos e bons kms, esteja aonde estiver.

domingo, 7 de setembro de 2008

Aventuras de um coroa de alma selvagem parte 2:



Minha preocupação era não conseguir retirar a Guzzi na sexta e ter que deixá-la passar o fim de semana fervendo no páteo da polícia rodoviária, sem contar que minha segunda-feira iria pro espaço. Acordei cedo e deixei os documentos no despachante, que prometeu entregar tudo pago e em dia até as 14:00 hs. Percebam com o Detran pode ser rapido às vezes.... O proximo problema a resolver seria de que modo chegar até o posto antes do fim do dia, a 250 km de distância saindo de Sampa ás 14:00. Pensei em pedir para algum amigo, filho ou para Flavia, minha mulher. Cheguei a falar com meu filho mais velho, Arturo, que estava com o dia sussa e se dispôs a me levar, mas acho sacanagem pedir para alguém gastar uma tarde inteira, rodar 500 km, passar por 8 pedágios na ida e 8 na volta e voltar sozinho, pegando o rush do fim-de-dia. Isso é favor que se pede para inimigo, penso eu. Por outro lado, de ônibus demoraria muito, sem contar o tempo de chegar em algum ponto de embarque.

Então fiz meu plano: chegar até um posto de gasolina na rodovia e de lá dar um jeito de chegar mais rápido do que de onibus. Imaginei no mínimo encontrar algum carro de empresa, com placa da região de Ribeirão Preto e pedir uma carona. Então pedi para minha mulher me levar até o despachante, onde peguei os documentos e depois me deixar no Alto da Lapa, onde começou a parte divertida e interessante da historia. Me despedi e vi Flavia se afastar em nosso Fusca 74 (na família desde zero) e esperei uns minutos na rua esperando passar algum motociclista profissional, que me deixasse no primeiro posto da Rodovia dos Bandeirantes.

Passaram uns 8 ou 10, todos com baú traseiro, que impediria garupa. Teve até um garoto que parou do meu lado, puxei papo e ele falou que se eu topasse, ele iria montado no tanque e me levaria de boa. Olhei, coçei a cabeça e recusei agradecido. Em seguida apareceu um sem baú, fiz sinal, conversei com ele e fechamos na hora: 10 reais até o primeiro BR da Bandeirantes. JOEL era o nome desse sangue-bom. O problema era que no lugar do garupa tinha uma aranha amarrando um par de botas de chuva e uma lista telefônica, mas ele disse que eu podia sentar encima. Na adrenalina, eu subi e lá foi nóiz... A cena deve ter sido hilária e só de lembrar dou risadas. Imaginem um “alemão" de 1,87, capacete integral, na garupa de uma CGzinha, se equilibrando encima de 2 galochas e uma lista, escorregando feito geleca. Pedi desculpa pro piloto e apertava meus joelhos quase na altura das axilas do coitado quando ele arrancava ou freava. Saindo do transito pesado a coisa melhorou e a gente lá, acelerando e a CGzinha gritando. O primeiro posto não chegava nunca e lá pelo km 20, o Joel ficou preocupado pois ia se atrasar demais, pediu mil desculpas e perguntou se poderia me deixar no proximo trevo, de retorno para ele.Claro que concordei, apesar de preocupado, pois ficar no meio da rodovia seria casca. Ele não quis aceitar os 10 reais, mas insisti e dei 20. Grande Joel!! Só porque me viu de capacete, jaqueta e botas, resolveu ajudar. Coisas que só motociclistas recebem a dádiva de vivenciar e poder entender...

E lá estava eu. No meio de um trevo, solzão, capacete, jaqueta e... achando tudo muito engraçado. Cada vez mais perto do meu objetivo. Uma delícia. Já estava pegando gosto pela coisa. Parecia um daqueles jogos de PS2, onde vc vai passando de fase em fase. Um detalhe: no trevo já tinha um sujeito, meio rechonchudo, pedindo carona. Me ferrei, pensei. Ah, preciso avisar que não lembro de ter pedido carona na estrada, nos últimos 30 anos, portanto, não tenho pratica nisso. Então fiquei na dúvida se ficava junto, na frente ou atrás do meu concorrente. Achei que ficar atrás seria melhor, pois sempre que a gente passa e vê alguém pedindo carona, demora um pouco para decidir se dá ou não dá, mas aí o caroneiro já ficou para trás. Resolvi então ficar uns 100 metros depois do cara e.... acertei. Em menos de 5 minutos uma pickup parou e conheci o Goiano, grande figura, outro sangue bom com ótimo papo, que me deixou num posto próximo de Jundiaí, sua cidade.

Novo lugar, nova fase. Olhava para meu relógio impacientemente enquanto ficava de olho na saída do restaurante. As pessoas chegavam nos carros e quando eu as abordava, me respondiam com um misto de estranhamento e gentileza, mas percebi que não seria fácil achar alguém que se arriscasse a me levar e ainda por cima estivesse indo na direção certa, e pelo menos a 300 km de distancia.

Já começava a me achar um idiota por não estar no ar condicionado de um lento Cometão, quando passou por mim um rapazinho com colete de Moto Clube, numa Suzuki Intruder 125 com alforges, guidom alto e caveirinha com luzes nos olhos, encima do guidom. Parou numa loja de acessórios para motos, a Suzuki Fashion. Fui até lá, me apresentei e 10 minutos depois eu estava bordo da Intruder, recostado no sissy bar, apoiando meus pés nas plataformas adptadas pelo Alex, esse cara fantástico que me ouviu e resolveu fazer 500 kms, de uma hora para a outra, levando um desconhecido grandão e pesado no meio de carretas, ônibus e carros passando a 120. Parecia que voavam...

Foi uma das melhores viagens que fiz em minha vida. Nota 10 para o conforto, 10 para o piloto e 1000 para o astral. Íamos a 100 no plano, 110 nas descidas e 90 nas subidas. Suzukinha valente, o tempo todo no gás, sem engasgar, com o escapamento gritando alegre. Adorei andar na mesma velocidade das outras 125, que são absolutas nas estradas... os longos contatos visuais com os outros motociclistas, entre as várias cidades que cruzamos... como os carros milzinhos andam depressa... como as motos grandes aparecem e somem em um instante... como elas parecem enormes. E a arte de domar as turbulências dos ônibus e carretas, verdadeiras locomotivas? Quando vc anda rápido, a moto funciona como uma faca, cortando o ar. Mas se vc está devagar não corta. Tem que lutar com paredes de vento que te estapeiam com força. Enfim, foi uma viagem fantástica, com paisagens lindas e podendo olhar para os lados o tempo todo. Viajar na garupa é irado. Paramos 2 vezes para uma Coca, esticar minhas pernas, que abertas funcionavam como freio aerodinâmico e ...pau na Intruderzinha. O nome dela é Marta, mas deveria ser Valentina. E assim fomos, subindo e descendo colinas, pegando embalo nas descidas e eu tentando não pensar na velocidade durante as longas subidas. Estávamos mais rápido do que os ônibus e isso me bastava. Chegamos com o sol quase se pondo, uma bola enorme e linda. O Alex me deixou no km 255, fizemos uma foto, trocamos um abraço de verdade e ele se mandou de volta. Grande Alex, agora somos amigos pro resto da vida. Os soldados da polícia rodoviária foram super-simpáticos, como quase sempre. Lamentaram o colega tão... intransigente e liberaram a moto em 10 minutos. Saí de lá acelerando com vontade.

Deve ter sido o sol forte, mas tive a impressão que minha moto balançou o rab... a traseira quando me viu chegar, de tanta felicidade. A volta foi simplesmente delíciosa. Os 74 cavalos pareciam 270 e eu me sentia confortável como nunca. A noite linda, a estrada perfeita e super-sinalizada, os cheiros das plantações à noite, pura delícia pura. Queria estar a mil quilometros de casa, rodar a noite toda.

E ao contrário da frustração do dia anterior, quando voltei de onibus, cheio de sentimentos negativos dentro de mim, essa volta foi inesquecível e simplesmente lavou minha alma. Saber que existe tanta gente legal e que basta estar aberto para conhecê-las, me alivia. E graças a Deus, são a grande maioria, ainda. Almas Selvagens...

E finalizando, nunca se esqueçam de verificar a documentação da moto antes de sair.

Nos vemos nas estradas. Ou no blog.

ÉNOIZ, ALEX!

sábado, 6 de setembro de 2008

Aventuras de um coroa de alma selvagem parte 1:




A quinta-feira parecia maravilhosa. Reunião confirmada numa cidade a 300 kms daqui, manhã fresquinha antes do solzão de setembro, óleo novo no motor, pneus calibrados... Saí de Sampa antes das 8:00 porque odeio chegar atrasado, então fui tranquilo,até para ver quanto kms por litro a minha Guzzi faz andando a 110. Já chegando ao meu destino, depois de 250 km, fui parado no posto da polícia rodoviária e ...gelei. Em um instante, lembrei que estava com o licenciamento vencido e, para resumir, o policial era um daqueles de cinema americano, antipático e absolutamente intransigente. Bem ao contrário da enorme maioria da Corporação da Polícia Rodoviária.

Claro que eu estava errado em circular com documentos “em desordem”, não discuto isso. Mas passei mais de uma hora explicando que estava indo para uma reunião de trabalho super- importante, que estava sendo agendada e preparada fazia tempo, que era importantíssimo chegar na hora marcada com os diretores e de como era importante para mim. Ele só repetia que era norma e que iria reter meu veículo. Quando vi que não teria jeito, pedi que me deixasse continuar por 50 kms, fazer a reunião e na volta deixaria a moto lá com eles, enfim, tentei absolutamente todos os argumentos mas ele foi irredutível. Os colegas dele, que chegaram depois, eram pessoas normais e deixaram claro que por eles, me liberariam só com uma multa, mas o .... rapaz achou que voltar atrás seria uma prova de fraqueza ou de baixa masculinidade. É importante dizer minha aparência era de um senhor de 56 anos, indo para uma reunião de business: camiseta pólo preta, jeans preto, bota, jaqueta de cordura preta, enfim, só digo isso para que ninguém pense que eu parecia um Hell Angel ou um porraloca mais abrasileirado. Enfim, foi totalmente broxante e sem ter mais o que fazer ou dizer, fui pedir carona na beira da estrada para voltar a Sampa.

Atravessei a pista de asfalto fervente que parecia gelo perto da temperatura do meu sangue, e sentado no guard-rail resolvi que não seria um contratempo desses que iria me segurar. A alma selvagem grita mais do que a testerona, não teme chuva, frio, nem pessoas de má índole, então liguei para o diretor da empresa e avisei do contratempo. Quando ele disse que poderia me receber a qualquer hora, então atravessei a pista de novo indo para o sentido SP-Interior e -fuzilando com o olhar o guarda só-sigo-o-manual- me posicionei bem em frente a ele, esticando o braço, polegar em riste, durante 55 minutos. Detalhe: 10 graus de umidade (secura Dakariana) e quase 40 de temperatura ambiente. O cara deve ter tido espasmos de alegria e felicidade ao ver a minha dificuldade, de roupinha escura e fritando ao sol, mas finalmente uma pessoa legal parou e me deixou na cidade para onde eu ia. Chegando lá, peguei pela primeira vez na vida um moto-taxi, para me levar á fabrica. E aqui juro, meus amigos, que prefiro pegar uma garupa com o Casey Stoner bêbado, na marginal do Tietê, arrepiando na chuva, com areia e óleo misturada do que andar do jeito que andei.

A CGzinha estava com a coroa desdentada e dava trancos o tempo todo. Como eu tinha meu capacete, o cara pilotava com o segundo casco dele na mão esquerda e de um jeito que nunca vi: ele acelerava tudo e assim que podia, apertava a embreagem e ia na banguela, para gastar menos gasolina. Depois, para retomar a velocidade anterior ele acelerava forte, gastando em dobro. Ah, reduzir nem pensar, ele ia em frente cortando o transito, para não perder velocidade e... economizar gasolina. Bom, como chegamos inteiros até o bairro industrial eu nunca saberei dizer, mas cheguei.
E depois dizem que pára-quedismo é esporte radical...

A reunião foi ótima. Conheci um homem de marketing digno desse nome, coisa rara nos dias de hoje e espero que eles topem ser nossos parceiros do Alma 2. Após a reunião um motorista da empresa me deixou na rodoviária, peguei um busão com ar-condicionado que nos levou em ritmo de passeio de Harley Davidson até Sampa. Foram mais de 5 horas para fazer 300 kms, que usei para me acalmar, pensar em como a vida pode ser tragicômica e em como resgatar minha Cássia Eller e tirá-la daquele páteo o mais rápido possível. Mas deve ter sido bom para ela, dormir naquele céu super-estrelado, numa região linda. A Cássia tem comigo uma vida bem emocionante e engraçada, pensando bem. Continuo amanhã.

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

E LA NAVE VA...


E amanhã vai ser um dia especial. Vou acordar cedo, vestir meu equipamento de segurança, ligar a Cassia Eller e sair sem acelerar muito para não incomodar a vizinhança. Na estrada, sei que como sempre vou ter que me beliscar para confirmar que não estou saindo para um passeio, mas para trabalhar.rerere. Vou fazer outra apresentação para um parceiro em potencial cuja fabrica fica a 300 kms daqui. São 600kms, mas se fossem 1.200 iria com o mesmo prazer. Trata-se de uma fábrica líder de mercado, com um marketing inteligente e agressivo, tudo a ver com a alma selvagem. Dedos cruzados e energia positiva. Se rolar, anuncio logo. A marca começa com R...

FATALIDADE:

È a unica palavra que pode expressar o ocorrido neste último domingo, em Piracicaba. Todos sabem o grau de profissionalismo e seriedade que permeiam tudo -e não é pouco- que o Tite, Pedro e Leandro Mello fazem em prol do motociclismo brasileiro. Respeito a atitude clara e honesta deles diante do ocorrido e aqui vai, publicamente, minha solidariedade, respeito e amizade por eles. E independente de qualquer coisa, temos mais um anjo da guarda, este com sotaque chileno, nas nossa garupas. Abaixo, a nota recebida do Tite.


Aos nossos amigos, alunos, colegas e colaboradores

Como já informamos brevemente por meio de assessoria de imprensa, vimos atestar o acidente ocorrido em nosso último curso de pilotagem preventiva realizado dias 30/31 de agosto no autódromo do ECPA – Esporte Clube Piracicabano de Automobilismo.
Às 16h20min do domingo o aluno Sergio E. V. Baraybar, 51 anos, de Campinas (SP) perdeu o controle de forma inesperada de sua moto de 1.000 cc, e colidiu com a barreira de proteção externa da pista. Devido à dinâmica do acidente, no qual a moto se chocou com o piloto, o piloto não resistiu e faleceu no local. De acordo com nosso código disciplinar, o aluno já havia sido advertido verbalmente sobre a postura inadequada, pilotando de forma arriscada. Quando decidimos por retirá-lo da pista o piloto se acidentou antes de chegar ao nosso posto de controle.

Nós do curso SpeedMaster/Motorsco estamos muito chocados com a ocorrência e prestamos nossa solidariedade aos amigos e familiares e estamos à disposição da imprensa e da Justiça para todos os esclarecimentos que se fizerem necessários.

Geraldo Simões – SpeedMaster

Pedro Mello – Motorsco

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Luca Sé:



Este é o Luca, meu neto de dois anos. Acredito que ele seja recordista em saltos "in barriga". Foram 200 antes do nascimento, sem contar as horas voando em túnel de vento. Sua mãe, Juliana, é a instrutora mais iraaada do mercado, vejam uma de suas aulas. Se alguém quiser experimentar, é só falar. Acho que todas as pessoas que gostam de velocidade deveriam fazer PELO MENOS UM SALTO na vida.