sábado, 20 de setembro de 2008

TROCA-TROCA (de emails, é claro):

Em 19/09/08, Professor Kadu escreveu:
Olá amigos, bom dia.
Tenho tido a oportunidade de vir trabalhar todos os dias de moto, e presenciado a barbaridade do trânsito. Ontem(18), antes de sair de casa pela manhã, já havia ouvido no rádio o quarto acidente de moto, que claro, parava o trânsito.
Todo acidente que presencio ou fico sabendo, tento descobrir o motivo, pois assim fica mais fácil mantermos uma concentração no fato e tentar evitar algo de desconforto na pilotagem, mas confesso que não sei interpretar o que está ocorrendo. Não há histórico e nem estatísticas.
Sabem amigos, nestes últimos dias tenho andado com certo receio de outra moto bater em mim. É como se estivéssemos mais vulneráveis ao colega de duas rodas e não ao pseudo inimigo das quatro rodas. Pois bem, tenho visto que nem todo motociclista/ motoqueiro é assim tão habilidoso quanto pensava. Então pergunto, quem erra mais na colisão???... ..o carro distraído, a imprudência do motociclista/ motoqueiro, a velocidade com a falta de habilidade dos dois???..... etc....etc. ...etc.
Talvez uma pesquisa com os acidentados possa chegar a uma resposta e ajudar a diminuir este show de horror. Cada dia vejo mais motos na rua e não sei aonde vamos parar. Boa sorte a todos e que os tombos, bem leves, sejam nas trilhas e com muita risada.

Abs e bons negócios
Kadu

RESPOSTA:

Kadu e amigos,

minha opinião sobre esse assunto é de que vai ficar cada vez pior, especialmente se ninguém fizer nada a respeito. O difícil não é nem saber o que, mas como. Aliás, nem isso é tão difícil assim. O problema é "QUEM" pode fazer alguma coisa, senão vai virar Tailandia, com o agravante de que lá a lei é severa e aqui é uma piada.

Se coloque no lugar deles: ganhar milzão, montado numa poderosa Titan, andando o dia todo, olhando as gatinhas na rua ou ficar numa mesa de escritório obedecendo ordens de um "chefe" e ganhando 400? Ou, no caso de trabalhadores que agora podem ter uma moto facilmente: gastar 4-5 horas em busão ou 2 horas montado numa poderosa 125? Isso não tem volta. Porque é bom demais.
Agora, deixar de usar moto diáriamente por causa do aumento de trafego nos corredores, é exagero. Dá para conviver? Dá sim, basta um pouco de humildade e muita paciência.

Sempre digo que os caras que "apavoram" no transito, são os mesmos que querem entrar no elevador antes que as pessoas que estão dentro saiam.

Problema de educação então?
Porque a maioria não a recebeu?
Nem tanto.

Vejam como o pessoal corre para entrar antes no avião -que tem assentos numerados- ou para colar na porta enquanto o avião ainda não parou. Só para sair antes. E as filas em mesas de buffet em casamentos quase-chics? Mulheres elegantíssimas e maridos que perecem presidentes de banco disfarçando e disputando palmo a palmo um ravioloni ás 7 hervas. Tudo sem a menor cerimônia, parece que a comida vai acabar antes da fila... Enfim, falta de educação não é exclusividade dos pobres, aqui no Brasil. Basta olhar como dirigem os donos de SUVs de mais de 150 mil...

Enfim, eu ando nos corredores de Guzzi, com malas laterais e tudo. Ligo os auxiliares e o pessoal abre. Dependendo da rua, funciono como um quebra-gelo, abrindo caminho para as pequenas. Quando não dá, fico de lado e deixo a galera passar. Quase nunca me xingam de rolha de corredor...porque percebem que sou amigo, não olhos para eles nem de cima prá baixo, nem com medo.

Claro que se vc nunca anda nesta loucura, assusta, mas o uso diário ameniza a impressão e....é uma delícia. De moto vou em 6 lugares em vez de 3. Se precisar ir num lugar chato e longe, que eu morreria se tivesse que pegar o carro, de moto fica gostoso.

Enfim, é isso. E vou continuar tentando fazer coisas para melhorar essa situação, com projetos, filmes, campanhas e o que for necessário e possível.

Se conseguir alguma coisa, já vale a pena.

abraços, Renzo

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